EDIFÍCIO PALÁCIO GUSTAVO CAPANEMA
ANO: 1939
LOCAL: RUA DA IMPRENSA 16, CENTRO, RIO DE JANEIRO.
PAÍS: BRASIL – BR
DESCRIÇÃO:
O Palácio Capanema foi construído entre 1937 e 1945, com inauguração realizada por Getúlio Vargas, então presidente.
Foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1948 e é um dos principais marcos da arquitetura moderna brasileira.
A criação do MEC aconteceu no governo de Getúlio Vargas, com seu projeto de centralização da máquina pública. Lembrando que, na época, o Rio de Janeiro era a capital do Brasil.
O nome do prédio é uma homenagem ao ministro Gustavo Capanema, um intelectual que era ligado a inúmeros artistas vanguardistas e tinha em mente um novo projeto cultural para o país.
Ele buscava se apropriar das novas estéticas internacionais, como o modernismo, para refletir a busca pelo progresso e pela modernização do Brasil.
Características, diferenciais e importância histórica do Palácio Gustavo Capanema
Em 1943, o Palácio Gustavo Capanema foi eleito pelo Museu de Arte Moderna de Nova York como o prédio mais avançado do mundo em construção.
E isso não foi por acaso. Afinal, o projeto da equipe de Lúcio Costa contou com vários pontos vanguardistas.
Para desenvolver a ideia, o grupo de arquitetos se atentou aos cinco elementos de referência do trabalho de Le Corbusier: planta livre, pilotis, terraço-jardim, janelas horizontais e fachada livre.
A equipe também considerou o emprego racional dos materiais, os métodos econômicos de construção, o uso de tecnologia industrial e a linguagem formal sem ornamentos.
É justamente por esses pontos que o Edifício Capanema é considerado um marco, inaugurando a arquitetura moderna brasileira.
Para aproveitar a luz e a ventilação naturais, foram usadas lâminas horizontais móveis, situadas na fachada norte.
O sistema é chamado de brise-soleil. Ele havia sido inventado por Le Corbusier três anos antes e foi usado pela primeira vez em larga escala no Palácio Gustavo Capanema.
Outra inovação foi o curtain wall, uma fachada envidraçada orientada para a face menos exposta ao sol. Instalações, acabamentos e móveis também foram desenhados especialmente para o edifício.
Características
O prédio conta com 27.536 m² e 16 pavimentos. É formado por dois blocos, que se interceptam perpendicularmente, formando uma letra “T” invertida.
A construção vertical é suspensa por colunas de 10 m de altura. No térreo da construção horizontal fica o hall de entrada, o auditório e o salão de exposições (com extensão para o terraço verde).
No bloco vertical ficavam originalmente os escritórios do Ministério da Educação e Saúde e, depois, do Ministério da Educação e Cultura.
A implantação livre do edifício na quadra e a suspensão do seu volume vertical por meio de pilotis combinados com elementos paisagísticos diferenciados adicionam valor ao espaço urbanístico ao redor.
Artes gráficas
Um elemento muito marcante no Palácio Capanema é a integração entre arquitetura e artes gráficas.
No Salão de Conferências Gilberto Freyre estão dois importantes murais em afresco pintados por Candido Portinari: Primeira Aula do Brasil e Aula de Canto.
No Hall Nobre ou Salão Jogos Infantis há outro grande afresco do artista, que dá nome ao espaço.
Seguindo pelo hall, encontram-se outras salas nas quais estão presentes telas de mais uma série de Portinari, batizada de Os Quatro Elementos.
No antigo escritório do ministro está a tela Ar. No que pertencia a Carlos Drummond de Andrade, que foi chefe de gabinete dele, temos a Água.
Nos gabinetes ao lado estão as telas Fogo e Terra. No mesmo pavimento, mais 12 afrescos formam um grande mural e representam diferentes fases da economia brasileira.
Outro detalhe importantíssimo do Palácio Capanema que tem a assinatura de Portinari são os azulejos que o revestem externamente.
O emprego da azulejaria marcou a revalorização de um importante elemento da arquitetura luso-brasileira.
São de autoria de Portinari seis dos sete painéis — o último é assinado por Paulo Rossi — que reproduzem as mesmas tonalidades dos azulejos de Outeiro da Glória.
Aliás, Portinari teve uma ligação tão grande com o edifício que quando faleceu, em 1962, foi velado por lá.
Palácio Gustavo Capanema: um marco da arquitetura moderna brasileira