CONJUNTO DA PAMPULHA – IGREJA DA PAMPULHA
ANO: 1940
LOCAL: BELO HORIZONTE
PAÍS: BRASIL
DESCRIÇÃO:
A Igreja de São Francisco de Assis, projetada pelo renomado arquiteto Oscar Niemeyer e inaugurada em 1943, é parte do projeto arquitetônico da Pampulha encomendado pelo prefeito de Belo Horizonte, Juscelino Kubitschek. Este conjunto é um marco da arquitetura moderna no Brasil e no mundo, abrigando vários ícones do modernismo brasileiro. Além disso, as placas de trânsito que apontam o caminho para Belo Horizonte, aparece na forma da Igreja, que acabou como o símbolo da cidade.
Sendo uma das primeiras obras do arquiteto, com a qual ele ganhou reconhecimento em todo o país, Niemeyer encontrou a oportunidade de desafiar a monotonia que rodeava a arquitetura contemporânea, aproveitando-se da liberdade plástica que o concreto permite, dando início a sua arquitetura de curvas que o caracteriza até hoje.
A igreja, apesar de ser considerada como a obra-prima do conjunto, recebeu muitas críticas dentro do ambiente cultural tradicional da cidade, e especialmente das autoridades eclesiásticas, que por 14 anos não permitiram a consagração da capela, devido, entre outras coisas, a sua forma pouco ortodoxa. Esta forma representa um uso completamente revolucionário do concreto para obras religiosas.
É característico o uso do concreto neste trabalho, no qual se conseguiu os volumes de grande riqueza formal, incorporando, ao mesmo tempo, valores poéticos da cultura do país. Suas curvas e linhas oblíquas, lhe conferem um caráter assimétrico e flexível, refletindo a exploração máxima das possibilidades plásticas e potencialidades escultóricas oferecidas pelo concreto armado.
Estas curvas também mantém uma continuidade visual harmônica entre os volumes habitáveis, que se relacionam para gerar um grande espaço comum com diversas formas de ser percorrido.
A sua estrutura é composta por arcos que formam cada abóbada. As duas maiores são o teto da nave e do altar, enquanto que as menores, na parte de trás, servem de apoio. O uso dessa forma parabólica permite que um único elemento forme a cobertura e as paredes, sem recorrer a estruturas independentes. Em contraste com o conjunto, aparecem o campanário e a marquise da entrada, como elementos independentes.
Niemeyer teve a colaboração do engenheiro de estruturas, e poeta, Joaquim Cardoso, do artista brasileiro Candido Portinari e o paisagista Burle Marx, que projetou os jardins exteriores. É possível notar os fortes elementos decorativos presentes nas laterais da nave principal. Toda a parede do fundo é ocupada por um mural de São Francisco pintado por Portinari, como a fachada traseira que é coberta por uma composição branca e azulejos azuis. E, para chamar a atenção para o mural, o arquiteto estreita a abóboda até o altar. Um jogo de luz entre o coro iluminado e madeira escura da nave destacam o mural.
https://www.archdaily.com.br/br/01-83469/classicos-da-arquitetura-igreja-da-pampulha-slash-oscar-niemeyer